Empresário Lauro Antonio alerta para o grave problema da erosão costeira na Praia do Saco
A erosão costeira na Praia do Saco, no município de Estância, no litoral sul de Sergipe, fez as águas do Rio Piauí avançarem 130 metros sobre a própria margem nos últimos 10 anos. Isso é o que revela um levantamento de pesquisadores do Laboratório de Progeologia da Universidade Federal de Sergipe e que serviu como base para o alerta feito pelo empresário Lauro Antonio Menezes sobre o problema.
Segundo ele, que corrobora com o estudo “o dano mais recente do aumento da força da água fluvial foi o desmoronamento de uma residência construída na foz do rio”. Apenas uma estrada de chão batido divide a casa de praia destruída de uma APP, a conhecida e desrespeitada por anos Área de Preservação Permanente.
Isso porque, observa Lauro Antonio, “a ocupação imobiliária do local começou há cerca de 50 anos”. Quem chama a atenção também para o grave assunto é o geocientista e pesquisador do Laboratório de Progeologia, Júlio César Vieira, já que “a construção de imóveis ocupou uma barra arenosa que separava a foz de um manguezal”.
Aliás, sobre esse assunto o político Lauro Antonio já demonstrava preocupação desde abril de 2012, quando ocupou o Senado Federal, ao enviar ao então Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, documento/protocolo (80020.000224/2012-64, de 03/04/2012) alertando sobre o problema: “A dinâmica das correntes marítimas, principalmente na região conhecida como Praia do Saco (Sergipe) faz com que a água do mar deteriore a costa da região, trazendo prejuízos aos investimentos ali realizados, bem como comprometendo o potencial turístico da região”.
“Essas consequências vistas hoje justamente na área conhecida como Ponta do Saco eram previsíveis diante da própria dinâmica do rio, porque se trata da ocupação humana em um lugar instável geologicamente falando”, explica o cientista, opinião também corroborada pelo empresário sergipano.
QUEBRA-MARES – O uso inadequado de pedras para impedir o avanço do mar na faixa de areia também acelerou o processo de erosão. Segundo o pesquisador do Laboratório de Progeologia, o quebra-mar acaba empurrando a energia das ondas do mar para a foz do rio. Sobre isso, Lauro Antonio reforça a avaliação de Júlio César Vieira: “As margens sergipanas do estuário são totalmente preenchidas com quebra-mares feitos em grande parte de forma individual e sem nenhum critério técnico”.
Enquanto a porção de terra às margens do Rio Piauí praticamente desapareceu na última década com o avanço das águas na região da foz, o levantamento mostra que a faixa de areia à beira mar do lado sergipano aumentou 180 metros no período analisado.
Nesse sentido, esclarece Lauro Antonio “em 1992, quando já residíamos na região, a distância entre a Ponta do Saco, em Sergipe, e o Pontal de Mangue Seco, na Bahia, era de aproximadamente 3.000 metros. Hoje ela chega a 5.500 metros. Ou seja, a distância entre as duas margens praticamente dobrou em cerca de 30 anos.
“Nós temos dois rios de duas bacias completamente distintas, Real e Piauí, desembocando no mesmo ponto do Oceano Atlântico. Uma das principais consequências disso é um estuário extraordinariamente largo. Qualquer intervenção desastrada pode intensificar ainda mais este processo,” finaliza o pesquisador, cuja opinião é assinada também pelo empresário sergipano.
BELEZA NATURAL – Vale ressaltar que a Praia do Saco, em Sergipe, foi considerada pela importante revista francesa Grands Voyageurs uma das 100 praias mais bonitas do mundo. Conhecida por sua beleza natural, que inclui mar cristalino e de tons esverdeados, areia brilhante, coqueirais e dunas, a Praia do Saco também oferece uma experiência gastronômica única, com barracas que servem petiscos, almoços e bebidas. Na verdade, diz Lauro Menezes, “todos que a visitam ficam encantados com esse paraíso genuinamente sergipano”.