Álcool pode envelhecer o cérebro mais cedo do que se pensava

Álcool pode envelhecer o cérebro mais cedo do que se pensava

Estudo mostra que pequenas quantidades de bebida são suficientes para impactar a saúde

 

O consumo de álcool leva ao envelhecimento do cérebro mesmo em adultos jovens. De acordo com pesquisa publicada em fevereiro no periódico Alcohol: Clinical & Experimental Research, a bebida provoca mudanças que podem comprometer o desempenho cognitivo. Conduzido por cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, é o primeiro estudo a demonstrar essa associação usando uma ferramenta de inteligência artificial.

 

O consumo de álcool leva ao envelhecimento do cérebro mesmo em adultos jovens. De acordo com pesquisa publicada em fevereiro no periódico Alcohol: Clinical & Experimental Research, a bebida provoca mudanças que podem comprometer o desempenho cognitivo. Conduzido por cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, é o primeiro estudo a demonstrar essa associação usando uma ferramenta de inteligência artificial.

Já se sabe que o hábito de beber em excesso leva ao declínio cognitivo. “O álcool é sabidamente tóxico, ele deprime o sistema nervoso central e, cada vez que a pessoa bebe em excesso, morrem milhares de neurônios”, explica o neurologista Ivan Okamoto, do Hospital Israelita Albert Einstein. O abuso está por trás de um quadro chamado demência alcoólica, que afeta a memória e a cognição. “O cérebro atrofia a longo prazo. É um quadro irreversível”, adverte Okamoto.

Para investigar a relação entre hábitos de consumo etílico e desempenho cognitivo, os autores avaliaram 58 voluntários com idades entre 22 e 40 anos que reportaram beber de forma leve ou moderada. Eles foram submetidos a testes cognitivos que medem a chamada flexibilidade comportamental, capacidade que permite adaptação a mudanças, por exemplo. Todos também passaram por exames de ressonância magnética.

Depois, uma ferramenta de inteligência artificial cruzou todas as informações, incluindo idade, cronologia do uso do álcool e o desempenho no teste de modo a estimar a idade cerebral. Os resultados mostraram que, quanto maior a pontuação no uso do álcool, maior a quantidade de erros na avaliação e maior a aceleração do envelhecimento do cérebro.

Segundo os autores, os achados sugerem que mesmo pequenas quantidades da substância podem envelhecer o cérebro mais cedo do que se acreditava. No entanto, mais pesquisas são necessárias para explorar esse efeito e o impacto no declínio cognitivo.

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