OS ESCANDÂLOS EM CANINDÉ E AS AUTORIDADES EMUDECIDAS

OS ESCANDÂLOS EM CANINDÉ E AS AUTORIDADES EMUDECIDAS

JORNALISTA LUIZ EDUARDO COSTA

Canindé, município polo de turismo, tendo os espetaculos da natureza, não se livra da infelicidade dos incompetentes, gananciosos e corruptos.

Faz quase dois meses, uma magistrada substituindo um desembargador no TJS, determinou a volta do prefeito afastado de Canindé, após decisão do Juiz local atendendo pedido do Promotor da Comarca. Ela estabeleceu uma série de exigências que deveriam ser cumpridas pelo prefeito reintegrado ao posto, que estava sendo ocupado pelo Vice Prefeito . Ele reorganizava a Saúde e a Educação, onde faltavam, respectivamente, remédios, médicos, e um projeto gerencial; merenda escolar, transporte e projeto pedagógico. Enxugava a recheada folha, fez pagamentos emergenciais, inclusive aos funcionários, e começava a renegociar débitos com a União e fornecedores. Vinha alcançando êxitos, e a população acompanhava com esperança , o desenrolar dos acontecimentos.

A Magistrada que determinou a reintegração ao cargo, do prefeito afastado, produziu também um elenco bem explicito e discriminado de exigências, algumas pontuais e imediatas. Passado todo esse tempo nada se fez, e o tumulto prossegue. Há professores permanentemente acampados no prédio precário da Secretaria da Educação, houve paralização do transporte escolar, há precariedade no fornecimento de água através de caminhões -pipa, e o prefeito que temia, ao que se diz, sair algemado pela Policia, agora está amarrado dos pés à cabeça totalmente subjugado ao grupamento politico que, com esse argumento ameaçador, assumiu de fato a administração do município. Para atender às exigências o prefeito nomeou pessoas que até nem chega a conhecer, e essas comandam as finanças, o jurídico, as licitações, a Educação, os transportes, e foram criadas consultorias diversas, sempre regiamente remuneradas, enquanto amparavam parentes e amigos, e demitiam mais de 300 infelizes que fazem parte da “ arraia miúda”, aquela chamada a votar, e condenada a sofrer. Com esses gastos

invalidaram a esperada economia, que seria alcançada com o “enxugamento “. Aliás seletivo.

Essa situação que prevalece, com um comando que seria duplo, se o Prefeito, pelo menos, pudesse gemer, não só afronta a Justiça, como contribui para a geração de um clima de decepção e descrédito, que é a pior coisa que poderá acontecer a um Poder Constituído, que se fortalece, quanto maior for a confiança popular nele depositada, Nessa estrutura de Poder, se incluem a Justiça, os Ministérios Públicos ( pois há verbas federais ) e as Controladorias, tanto da União como do Estado, além no caso, da própria Policia Federal e do setor de investigações, integrado pelo Ministério Público Estadual e a Policia Civil. Todos esses ficam vulneráveis, submetidos ao crivo da dúvida , que agora se espalha por todo Sergipe, em face do impacto das revelações feitas sobre a situação vigente em Canindé.

Agora, sob o pretexto de sanear as finanças e honrar débitos, quase todos com fornecedores, estudam um empréstimo de 7 milhões de reais, junto ao BANESE, tendo o banco autorização para ressarcir-se todos os meses, com aportes de recursos que chegam aos cofres do município.

Na realidade não se quer sanear coisa nenhuma. A Prefeitura tem acumulado um débito com Precatórios da ordem de dez milhões de reais, e um outro débito previdenciário duas vezes mais volumoso.

Esses débitos irão permanecer, porque nunca foram devidamente negociados, o que poderia ser feito agora, afinal, a Prefeitura nos últimos quatro anos mais do que duplicou a receita, pulando dos sete milhões para os agora tentadores 17 milhões, com perspectivas de um crescimento no próximo ano para 19 milhões.

O que se precisa é apenas racionalidade, vergonha na cara, vontade política, e capacidade gerencial para resolver. Sobretudo sem colocar em primeiro plano a eleição do ano que vem, e também, infelizmente, os próprios bolsos.

O que será feito com os SETE MILHÕES a serem calamitosamente emprestados pelo BANESE: Vão fazer uma lista de fornecedores, e pagar, como é usual, mediante uma taxa de propina que poderá variar entre 10 % a 30 % a depender do caso e do tipo, ou estrutura financeira do infelicitado credor.

A Câmara de Vereadores será chamada a votar a autorização. Tudo se resolveria simplesmente: exigiria que ao Ministério Publico fosse entregue a responsabilidade de fazer, pelo critério de antiguidade ou prioridade , envolvendo interesse público, a lista completa dos credores, que teriam seus créditos depositados em conta. Com isso, eles, somente se forem burros ou idiotas, iriam submeter-se à chantagem das “ comissões “ exigidas.

E isso acontecendo logo desistiriam do empréstimo.

Da forma como rolam os fatos em Canindé, torna-se impossível até o cumprimento das determinações prévias da Magistrada.

Essa situação anômala não pode prevalecer. Ou se confere ao prefeito a indispensável segurança no cargo, e sobre ele descarreguem metas a cumprir, ou o afastem, para que o substituto legal assuma, e tenha sobre ele as mesmas exigências e responsabilidades.

Como escrevia concluindo a sua coluna diária, intitulada NÃO ESTÁ CERTO, no Sergipe – Jornal o jornalista e Promotor Publico Paulo Costa: ASSIM, POSITIVAMENTE, NÃO ESTÁ CERTO.

Mas isso já faz mais de 60 anos. Agora, o que está errado parece não ter conserto.

Pelo menos, no infelicitado e sofrido município rico de Canindé do São Francisco.

Ou lá seria, de fato, uma República Independente da Anarquia Institucional ?

A Conferir………..

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