Instituto investe na formação de medicina indígena em Mauá

Instituto investe na formação de medicina indígena em Mauá

Mauá ganhou o primeiro instituto de formação em medicina indígena no Brasil. Fundado em 2016 e regulamentado em novembro de 2018, o Instituto de Formação Dr. Raiz e Naturopata Tupi-Guarani chega para oferecer aulas para quem quer se especializar na medicina indígena. A cura é baseada em ervas e óleos naturais, encontrados em todo o País, além de tratamento auxiliar para quem sofre com variadas doenças.

Cléber Melo, conhecido como Awapó, homem raiz em tupi-guarani, está à frente do instituto. Descendente da etnia, se dedicou ao estudo das propriedades das plantas da Amazônia e da naturopatia. “É uma prática integrativa complementar regulamentada e reconhecida pelo SUS”, diz. Com cursos realizados em outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e Coréia do Sul, Awapó aprendeu técnicas e receitas que possibilitaram a criação do curso em medicina indígena. Além da sabedoria dos povos tradicionais, técnicas da medicina chinesa, como acupuntura e ventosaterapia, são aplicadas e ministradas no instituto, que fica na rua Leonel Lima e Silva, 931, Jardim Quarto Centenário.

Awapó conta que a ideia de criar um instituto de formação vem da necessidade de proteger e preservar a cultura medicinal indígena, que se perde com as cidades e aos medicamentos de laboratórios. “A maioria dos índios perdeu sua cultura medicinal, então queremos preservar e formar qualquer pessoa para a nossa cultura adiante”, conta. Por esse motivo, quem tem origem indígena tem bolsa gratuita no curso. Os demais pagam R$ 300 de matrícula e R$ 500 de mensalidade, com material didático e almoço inclusos. As aulas acontecem uma vez por mês, aos domingos, das 10h às 17h. No final do curso, que tem duração de sete meses, o aluno recebe certificação e pode atuar como doutor raiz.

Somente natureza
Awapó reforça que o trabalho do instituto não tem a ver com curandeirismo e que, apesar de ser baseado na sabedoria indígena, não usa elementos das religiões xamânicas. “Não mexemos com o espiritual. Usamos o que a natureza nos dá para auxiliar no tratamento e melhorar a saúde”, afirma. Ainda de acordo com Awapó, os pacientes e estudantes que frequentam o instituto não são orientados a abandonar tratamentos e medicamentos da medicina tradicional. “Jamais obrigamos ninguém a nada. A ideia é melhorar a saúde usando outros meios”, completa o descendente de tupis-guaranis, que têm aldeias no Pico do Jaraguá e bairro Parelheiros, em São Paulo, e em Peruíbe, Baixada Santista.

O índio diz que apesar das críticas feitas por parte da comunidade médica, o instituto tem boa adesão e começou a atuar recentemente também na Paraíba. Quem deseja passar por avaliação ou iniciar o tratamento deve entrar em contato pelo telefone 9.5119-3067 (Whatsapp) ou pelo https://instituto-tupi-guarani.negocio.site/. A consulta custa R$ 200 e já inclui os compostos utilizados no tratamento.

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