CAOS NO TRÂNSITO, IMÓVEIS CAROS EM BARRA DOS COQUEIROS: A CULPA É DA “PREFEITURA E DA FAMIGERADA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA” O FIM DA ILHA DE SANTA LUZIA.
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Segundo o IBGE, a população de Barra dos Coqueiros, já tem uma estimativa na população de mais de 41 mil habitantes em 2024. Na última década, a população de Barra dos Coqueiros cresceu relativamente mais do que a média da Região Metropolitana.
Explicam esse aumento populacional, entre outros fatores, o crescimento econômico da cidade nos últimos anos – entre 2002 e 2023, Barra dos Coqueiros, está entre as economia mais rica de Sergipe. Com uma localização privilegiada, com fácil acesso a capital, Barra dos Coqueiros está mais próxima do centro financeiro do estado, por exemplo, do que muitos bairros da própria capital.
Esses fatores, somados a mudanças nas configurações dos domicílios (mais pessoas vivendo sozinhas, por exemplo), resultaram em uma maior demanda por moradia. E a única forma de uma cidade crescer para atender essa demanda – ainda mais no caso de uma cidade cujo território é relativamente pequeno, como Barra dos Coqueiros (apenas 89 mil km²) – é construir mais, “para cima”, de preferência nas proximidades dos eixos de transporte público, o que tende a diminuir os custos relacionados a mobilidade, infraestrutura e meio-ambiente.
Se a oferta de imóveis, contudo, não consegue acompanhar a crescente demanda, os preços sobem, conforme temos observado na cidade. O aumento dos preços, portanto, não está relacionado à verticalização da cidade, mas sim ao fato de que a oferta de novas moradias não parece estar dando conta da demanda. Barra dos Coqueiros, na verdade, ainda parece ter prédios de menos, e não demais.
No mais, se hoje não é mais possível jogar bola na rua ou andar de carrinho de rolimã, como eu fazia na infância quando morava na cidade, a culpa não é exatamente dos novos prédios, mas, principalmente, dos carros que tomaram conta das nossas ruas, deixando-as cada vez mais perigosas para as crianças.
Se as pessoas estão menos nas ruas, por sua vez, a culpa também não é exatamente dos prédios, mas do tipo de prédio que vem sendo construído nos últimos anos, com muros elevados que prejudicam a vida nas calçadas; ou sem comércio no térreo, exigindo dos moradores o uso do automóvel para a realização das atividades mais corriqueiras; ou no formato condomínio-clube, que altera as formas de socialização e a relação das pessoas com a cidade.
Especulação imobiliária, por fim, nada tem a ver com construir prédios e mais prédios, mas, sim, com manter terrenos e imóveis ociosos ou mal ocupados em áreas centrais da cidade, ricas em empregos, serviços e infraestrutura – áreas estas que, se bem ocupadas, podem colaborar para maior oferta de moradia, maior vitalidade urbana e menor crescimento dos preços dos imóveis na região.
(*) Os números do cadastro do IPTU divergem das informações recentemente divulgadas pelo IBGE, segundo as quais, considerando os domicílios particulares permanentemente ocupados, quantas casas e quantos apartamentos tem na Barra dos Coqueiros?